Antes que o pessoal da Santa Inquisição apareça e me amarre na fogueira, sim, sou à favor do aborto. É crime atualmente no Brasil. Sim. Mas para mudar isso, tem que ter campanha (e lembramos que vivemos em uma democracia e existe liberdade de expressão) e quem sabe em um futuro, os políticos mudem esta lei.
Afinal, até o Conselho Federal de Medicina em sua maioria foi à favor da decisão da mulher sobre o aborto. Matéria do G1 CFM Aborto.
Sei que muitos dos meus amigos discordam do meu apoio e a maioria irá usar argumentos religiosos à favor da vida. Respeito a religião de cada um. Mas a religião é sua, ninguém é obrigado a seguir sua religião ou o seu ponto de vista religioso. Do mesmo modo, sou 100% à favor do aborto, mas não sou eu que escolho. É o casal envolvido que tem que decidir (afinal, uma mulher não engravida sozinha ou você acredita na mitologia cristã?)
Se um casal, cometeu um erro, não se preveniu e aconteceu de engravidar (e olha que camisinha é distribuída de graça), é uma decisão do casal prosseguir ou não com esta gravidez e fazer ou não o aborto.
Ah, mas se eles não querem, podem dá para adoção. Se fosse assim tão fácil, não teríamos tantos casos de crianças abandonadas em rios, lixeira e sabe-se mais onde você possa imaginar. No caso de acabar criando ou sendo criado de qualquer jeito (isso quando a mãe não usa as crianças para conseguir dinheiro).
Mas para os felizardos que vivem em orfanatos e outras instituições, me pergunto quantos já foram visita-los ou fazer uma doação ou ajudar em algo? Ou sabem como funciona um processo de adoção?
Na medida que o bebê vai deixando de ser um bebê, as chances de ser adotado diminui. Principalmente se tiver algum problema físico visível. Claro que não podemos esquecer de toda a burocracia para se adotar (enquanto isso, a criança vai crescendo). Não desmerecendo o serviço social que diversas instituições prestam (principalmente as ligadas com igrejas). Mas não acho agradável uma criança crescer sem pais. Mesmo com todo bom serviço, ele não tem o carinho de uma família e parentes. E quando ficar maior de idade, terá que sair da instituição que viveu a vida toda.
Sinceramente se for para ter filhos e não criar, prefiro que faça o aborto do que abandonar para um futuro incerto. Eu dou parabéns para aqueles que mesmo podendo ter filhos biológicos, adotam. Pode até não ser a melhor pessoa do mundo, mas para a família é uma mãe/pai de coração que os biológicos jamais seriam. Exemplos temos o político Anthony Garotinho (9 filhos, sendo 5 filhos adotivos... detalhe ele é evangélico) e Angelina Jolie (6 filhos, sendo 3 adotivos).
Mas não pense que ser filho adotivo ou mãe/pai adotivo é fácil. De tempo em tempo tem visita da assistente social. Fora preconceito que parente e conhecidos tem. Tive uma conhecida que achava crianças adotivas seriam traumatizadas e ela jamais adotaria uma criança (detalhe que eu sou adotivo). Confesso que não deve ser fácil para nenhuma mãe/pai falar com a criança que ela é adotiva. Quando já tinha idade para entender, minha mãe explicou que eu era adotivo. Eu levei de boa e tenho orgulho. Minha irmã adotiva, sempre escondeu por vergonha. São casos e casos e sei que não é fácil.
E antes que alguém fale, você foi adotado, teve sorte. Sim tive sorte, fui adotado com dias de vidas (uma longa história que um dia conto) e não passei por todo o processo de ir para um orfanato ou outra instituição (fui dado para minha mãe adotiva ainda recém nascido, mas ainda assim a burocracia foi complicada). Mas se não fosse esta sorte, qual seria o meu futuro? Um cesto de lixo? Quem sabe?
P.S.: E sim, sou filho adotivo com orgulho. O dia que eu quiser ter filho terei ou/e adotarei um ou mais. Mas isso é uma decisão que não cabe somente a mim, mas a futura dona patroa também se ela quer? Até lá me previno e espero que a lei mude.
E antes que alguém fale, você foi adotado, teve sorte. Sim tive sorte, fui adotado com dias de vidas (uma longa história que um dia conto) e não passei por todo o processo de ir para um orfanato ou outra instituição (fui dado para minha mãe adotiva ainda recém nascido, mas ainda assim a burocracia foi complicada). Mas se não fosse esta sorte, qual seria o meu futuro? Um cesto de lixo? Quem sabe?
P.S.: E sim, sou filho adotivo com orgulho. O dia que eu quiser ter filho terei ou/e adotarei um ou mais. Mas isso é uma decisão que não cabe somente a mim, mas a futura dona patroa também se ela quer? Até lá me previno e espero que a lei mude.
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