Falar de amor e de paixão até que é fácil. Difícil mesmo é admitir a paixão quando você está de fato apaixonado, mas chega um dia que todos nós caímos de quatro por um espécime do sexo oposto e aí?
Ai, que a história quase sempre começa sem pretensão de pelo menos uma das partes. Nasce a amizade e junto com ela as piadinhas e as insinuações dos amigos. Logo, os familiares também entram na brincadeira e uma noite você deita a cabeça no travesseiro, fecha os olhos e pula da cama assustado. Acaba de descobrir que está apaixonado.
É nesse ponto que vem a fase da negação. Você olha no espelho e tenta se convencer que pirou, que está carente, insano ou sei lá o que. Perde o maior tempo na tentativa convencer os amigos que é só amizade, mas quando o outro aparece... a droga do seu coração acelera, a mão sua e coisas que antes não aconteciam o pegam de surpresa. Você é flagrado se perfumando todo quando vai encontrar a pessoa, começa a sorrir feito bobo quando estão juntos, sorri tanto que chega a da dor no maxilar, começa a ficar ansioso pelo telefonema, sente uma pontinha de ciúmes quando vê seu amado amigo de papo com algum pretendente e mais um monte de coisinhas e mimimis que vão aparecer ao longo do tempo e que voê vai fingir nem notar.
Uma hora você percebe que não dá mais para negar, está apaixonado. Então, admiti para si mesmo, mas nega até a morte se alguém vier perguntar ou fazer algum comentário besta. Decidi que o melhor é deixar a suposta paixão morrer.
Entra na fase do gelo. Isso mesmo, você se distancia um pouco, passa tratar com uma certa frieza, finge indiferença e engole a saudades determinado a assassinar a tão incômoda paixonite.
O que você não sabe é que quanto mais se empenha em distanciar-se, mais se apaixona. Em um certo momento vai descobrir que já não consegue mais engolir as saudades, percebe que ocupa 26h do seu dia pensando no outro e que faz planos inconscientes de futuro com casa de cerquinha branca, filhos e um cão grande e babão. As pessoas começam a notar que você está completamente caído, com os quatro pneus arriados, mas você disfarça. Então, se forma uma espécie de nó na garganta que não sobe nem desce e você precisa desabafar com urgência. Relutante, resolve confidenciar a um amigo mais íntimo e pede segredo. Ele ri quando você conta e diz que já sabia. Como assim já sabia? Nem você sabia direito, escondeu tão bem esse tempo todo, disfarçou, negou com veemência e até fingiu indiferença. O seu amigo ri ainda mais e diz que todos já sabiam.
Você fica atônito, desolado, arrasado, sente traído, apunhalado porque foi o último a saber.
P.S.: Sim, realmente adorei o texto dela e achei perfeito para esta minha fase de vida e deixar aqui no blog.
P.S.: Sim, realmente adorei o texto dela e achei perfeito para esta minha fase de vida e deixar aqui no blog.
poxa! adorei este texto! muito bem escrito =]
ResponderExcluirTexto muito bacana dessa guria! A gente tem mesmo tendência a negar que está apaixonado, fazer de conta que não está sentindo nada. Ri muito aqui lembrando das várias vezes que fui contar p algum chegado que estava apaixonado e ele disse que já sabia, que nem foi descrito nesse texto.
ResponderExcluirLeio textos dela lá no Diário de Solteiro, realmente ela manda muito bem, racho de rir com os textos dela lá no DDS mas não conhecia o blog dela.
ResponderExcluirAdorei o texto das pequenas coisas que irritam tb.