Gabriel Collins é um detetive policial da cidade de Hagard que possui habilidades mágicas e as usa no cumprimento de seu dever, combatendo o crime nas ruas. Com a ajuda de sua irmã, Ashley Collins, eles descobrem uma organização criminosa que comercializa uma estranha droga chamada “egonil”. Tal substância aparentemente induz pessoas comuns a fazerem uso de magia, tornando-as perigosas e letais. Isso fica ainda mais evidente ao enfrentarem o responsável pelo transporte da droga, um assassino chamado Klaus, dono de mortíferos poderes sombrios.
Eles são descobertos por uma agência policial secreta chamada VELVET, especializada em combater crimes cometidos mediante o uso de magia. Através dessa agência, eles descobrem não apenas que esse tipo de crime é mais comum do que se imagina, como também que a tal organização criminosa é apenas a ponta do iceberg, pois existem investidores poderosos que financiam o comércio da misteriosa droga.
O livro de estréia do autor Jeffrey Haiduk engana pela simplicidade do trabalho gráfico e surpreende com a magia do mundo de Velouria. O primeiro volume da OCB Saga nos introduz à um mundo que pode ser considerado normal, se não fosse pela sagacidade do autor em mesclar a fantasia com a temática encontrada em desenhos japoneses. O resultado: uma história cheia de ação e aventura, com personagens cativantes e carismáticos.
A história de Gabriel Collins e seus poderes mágicos, conta com a ajuda da sua irmã, Ashley Collins, e de outros personagens para solucionar casos por Hagad. Logo no início conhecemos outros personagens que trabalham e convivem com Gabe e o seu lado mágico, utilizando o seu poderio para beneficiar nas investigações. De todos os personagens que vamos conhecendo, arrisco a dizer que Lillie e Klaus se tornam os dois pontos importantes até o final do livro, por mais que outros personagens, vítimas, assassinos e até mesmo outras facções apareçam.
Os personagens, de Jeffrey Haiduk, são baseados em pessoas que possuem algum tipo de relação pessoal com o autor, fazendo com que todos eles possuam características bem definidas. Por mais que tenhamos cyborgs, animais e humanos, transmorfos, além de outras excentricidades do universo de Velouria, temos personagens bem construídos e funcionam como destaque de toda história que se desenvolve pelas mais de 400 páginas.
Com o surgimento da droga Egonil, que não deve ser muito explicada para não estragarmos algumas surpresas sobre o que ela é capaz de causar, surge a agência VELVET para controlar o uso da magia induzida pela droga e que vem favorecendo as atrocidades e acontecimentos sombrios por Hagard. Não conseguimos o certo ou o errado ao redor da droga, mas somos capazes de colecionar acontecimentos misteriosos envolvendo uma grande personagem e chave fundamental para o final da história.
Durante a minha leitura pude separar o livro em dois momentos: num primeiro momento temos a presença mais ativa de Lillie, o que tornou a narrativa mais didática para a apresentação e introdução ao universo criado pelo autor; já num segundo momento temos o papel ativo de Sho como resultante da parte mais “aventuresca” do livro, o que nos leva ao lado mais misterioso de toda a trama. Toda a ação dos combates, com armas e magias, com seus respectivos nomes e características, surgem como resgate da cultura retirada dos animes e mangás, porém não são gratuitas ou descartáveis.
“Flores de Sangue” se mostrou um ótimo livro ao ter cada embate bem descrito, seja pelas ações dos heróis e inimigos ou até mesmo pela reação dos que sofrem e caem aos seus pés; conseguimos vislumbrar cada ataque e defesa desferido, cada sangue espirrado, além dos detalhes de um cenário que co-existe com a luta e não somente como um pano de fundo.
Acompanhado de muitas ilustrações durante o livro, traduzindo certas passagens da história, durante a minha leitura eu conseguia ver a OCB Saga sendo transposta para uma graphic novel, com os seus muitos diálogos, que algumas horas prendem sua atenção tempo além do necessário, porém capaz de preencher quadrinhos e mais quadrinhos com o melhor que o livro tem.
Além dos personagens que constroem a trama principal e nos cativa a cada página, a ação do livro te segura e pede pela próxima página, fazendo com que o livro seja lido rápido e facilmente. Comece com a estranheza de acompanhar a vida de Gabe, passando pelo misterioso e excêntrico Klaus, para depois se unir à VELVET e se surpreender com o final. Este que serve só como porta de entrada para a OCB Saga e que pretende ser mais intrigante a cada volume, com uma vilã que beira o clichê, mas já mostrou que tem muito para surpreender a todos nós.
PS.: E sim, eu faço parte do OCB, além do autor ser um velho amigo. É claro que vou dá uma ajudinha para divulgar o livro. E quanto ao meu personagem, só procurar Abadom Al-Saqr Al-Sunnah.