Faz tempo que não escrevo. Mais de um mês.
Assunto não falta, mas motivação ainda vai demorar um pouco, não só para falar de idiomas, como de viagens e outras coisas.
Mas aos poucos vou voltando.
Primeiro mês passado foi meu aniversário. Cancelei toda a comemoração, bolo e o que mais eu ia fazer. Incluindo a viagem ao Rio que ia fazer no feriadão.
Passei meu aniversário na UTI, com minha mãe. Ela só teve tempo de me dá o presente de aniversário.
Engraçado o recepcionista me dando parabéns, enquanto eu fazia o cadastro da minha mãe e ele olhando a minha identidade. Foi dois dias complicados sem dormir praticamente. Tenho muito a agradecer a Regiane, Alexandre e família, Daniel e Giovana e Marques pela ajuda que deram cuidando de tudo quanto ao velório e a cremação. Realmente eu não estava em condição nenhuma de fazer algo e tive que ficar um tempinho no Pronto-Socorro.
Agradeço a todos que foram prestar as últimas homenagens. Não citarei nomes, porque estava à base de calmantes e não sei quem foram e não quero deixar nenhum nome de fora. Bem como agradeço a todas as mensagens enviadas (vi dias depois, era um pouco engraçado, pois eu tinha um monte de mensagens de parabéns junto com os meus pêsames) e ligações que fizeram (peço desculpas por não ter atendido, pois meu celular e o da minha mãe ficaram com amigos e parentes que estavam ajudando) e eu não tinha condição de falar. Mas depois foram me falando e vi as ligações recebidas.
Fiquei um tempo afastado do trabalho e pedi um tempo de licença também para espairecer. Fiquei um bom tempo sem colocar os pés em casa.
Já estou me habituando e vendo todo o processo referente ao inventário.
Engraçado que corremos tanto para arrumar os documentos e renovar o plano de saúde, dela como minha dependente. O documento mais complicado que era a certidão de nascimento dela de Recife, já tinha chegado. Ela estava feliz pelo RG novo que ela tinha pegado (e levei meses para convencê-la a trocar o RG). Assim como o tratamento para parar de fumar estava tudo dando certo e ela já não fumava como antes. Um maço já durava 3 dias, quando antes mal durava um. Sentirei saudades do cheiro de cigarro.
Quanto ao quarto dela e suas coisas, ainda não tenho condição de mexer. Sábado já foi complicado fechar pela última vez a oficina de costura e guardar todas as máquinas de costura, móveis e outras coisas. Foram 6 anos de oficina. Domingo até comecei a mexer nas coisas dela para deixar algumas coisas com o pai e outras com a Hosana... mas vi que eu não tenho condição nenhuma de mexer em seus pertences. CDs, DVDs, roupas... ia me lembrando de cada momento, alguns presentes que dei para ela. Coisas que ela gostava. Ainda vai levar um bom tempo para que eu possa abrir o quarto dela bem como a garagem onde guardei todas as coisas da oficina. Algumas coisas sei que tenho que dá logo, como doce que ela gostava, o ovo de páscoa que dei para ela, quando ela saiu do hospital no feriado de páscoa e outras coisas que ela gostava de comer. Sinceramente eu não vou conseguir comer.
Sinto-me mal em não ter realizado alguns de seus sonhos.
· Como construir a casa dela em Santa Catarina;
· Não pude dá o presente de aniversário dela que é na semana logo seguida ao meu;
· Não pude levá-la em vida para Recife, sua terra natal e nem para Jerusalém, que ela queria conhecer;
· Ela queria netos, mas nem tão cedo isso estava em minha mente... ainda assim vou ficar devendo;
· Não tive tempo de dá para ela um filme em blu-ray;
· Comprar jóias, anéis, brincos, para repor tudo o que ela vendeu, para me ajudar a pagar a faculdade;
· Não tê-la levado em um jogo de vôlei;
· Não tê-la levado para um show do Roberto Carlos ou de algum cantor sertanejo que ela gostava;
· Comprar um carro de novo para ela.
Desculpe em não poder realizar seus sonhos.
Assim como vou sentir saudades de algumas coisas:
- Sempre que passava na Santa Cruz, comprava uma torta de morango que ela adorava;
- Chocolate com castanhas e/ou uvas que vi outro dia na loja... não tem como eu não lembrar que eu comprava para ela;
- Sua comida... fiquei muito triste em ter que jogar toda comida que ela fez um dia antes no lixo. Fiquei muito tempo sem conseguir ir para casa e não pude salvar nada do que ela fez. Fiquei uns dias cozinhando com a cabeça longe e esquecia de coisas mais básicas que ela tinha me ensinado como colocar tempero ou sal;
- Vou sentir saudades das broncas dela;
- Assim como vou sentir saudades, quando ela dizia que tinha dúvidas se funcionário público era vagabundo, mas depois que eu virei um, agora ela tinha certeza;
- A cara de choro e alegria que fazia quando ia me buscar no Aeroporto, sempre quando eu voltava de uma viagem;
- Wii e o PSP, não têm como eu jogar estes vídeos-game, sem lembrar dela. Ela adorava jogar ambos e me superava em muitos jogos;
- Conversar e dá risadas sobre coisas idiotas que algumas pessoas fazem ou falam. Era divertido saber o que as clientes dela faziam, das broncas que ela dava e coisas curiosas que acontecia, assim como ela me ouvia quando eu falava. Dávamos boas risadas;
- Café, por mais que eu não goste desta bebida, todo santo dia eu fazia café para ela. Hoje vejo a cafeteira, o pote de café e o coador e deixo de lado, para fazer sempre que tem uma visita. Mas não é a mesma coisa;
- Jogo de vôlei, ouvir Roberto Carlos ou músicas sertanejas... é estranho o silêncio que há hoje em casa.
Muita coisa em casa ainda me faz lembrar dela. Mas só tempo ao tempo.
P.S.: Escreveria mais coisas aqui... mas não estou em condição. Mesmo este post, era para ter sido ontem e já não me aguentava.
Uma das melhores lembranças que tenho, foi da festa de aniversário surpresa que fiz para ela ano passado, dia 3 de julho. Ela me xingou muito, porquê não gosta de festa, mas adorou rever tantos amigos delas e parentes.
P.S.2: Um comentário que ela fez, um dia antes do ocorrido. Que eu ia sentir muitas saudades de abraça-la... realmente ela sempre teve razão.